A Universidade Estadual de Maringá (UEM) é a primeira das Instituições Estaduais de Ensino Superior (IEES) a ser aprovada pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) para integrar a Cátedra Sérgio Vieira de Mello (CSVM). Criada em 2003, a CSVM é uma iniciativa da ONU que promove educação, pesquisa e extensão acadêmica voltadas à população refugiada no Brasil, garantindo acesso a direitos e serviços por meio de parcerias com instituições universitárias.
O protocolo de intenções entre a UEM e o ACNUR foi assinado 10/02/2025 consolidando a participação da universidade nesse projeto de impacto social. A adesão à CSVM fortalece as ações de educação superior para refugiados na cidade e região.
Atualmente, a CSVM reúne 42 instituições de ensino superior em 13 estados e no Distrito Federal. Para mais informações, acesse a página oficial da CSVM aqui.
A seguir, compartilhamos as ações já realizadas em prol de refugiados, considerando o refúgio como uma realidade global e, sobretudo, latino-americana, diante das instabilidades socioeconômicas que afetam nosso entorno regional.
A "Chamada Pública 10/2022 - Programa Institucional Universidades Amig@s: Acolhimento Extensionista aos Cientistas Ucranianos - Fluxo Contínuo" tem como meta proporcionar apoio social aos pesquisadores ucranianos e suas famílias em decorrência da situação da guerra atual naquele país. As pessoas refugiadas da Ucrânia são auxiliadas nas atividades diárias, promovendo sua integração por meio da vivência acadêmica e social. O acolhimento oferecido visa facilitar a assimilação entre a cultura ucraniana e a brasileira por meio da extensão científica, ajudando na compreensão do idioma e na tradução das línguas portuguesa, inglesa e ucraniana. O programa também acompanha professores-pesquisadores, seus dependentes e suas famílias em suas atividades cotidianas, orientando sobre o espaço geográfico da cidade, dos campi e as particularidades regionais de cada universidade receptora. Além disso, busca transformar a pesquisa em ações extensionistas, envolvendo os participantes e os Programas de Pós-Graduação na criação de propostas inovadoras que contribuam para o desenvolvimento social da comunidade paranaense, integrando os pesquisadores ucranianos por meio de ações extensionistas fundamentadas no conhecimento científico e tecnológico.
O curso de Português como Língua de Acolhimento (PLA) é ofertado pelo PROINTE que oferece oficinas de apoio pedagógico aos acadêmicos refugiados e migrantes e comunidade externa. O PLA está em expansão e os cursos são realizados na modalidade presencial, nos níveis básico e intermediário, e na modalidade online para estudantes de universidades internacionais parceiras. As aulas são ministradas pelos acadêmicos do curso de Letras supervisionados por professores da área.
O curso promove o ensino do português para falantes de outras línguas, por meio de conteúdos linguísticos, culturais e locais.
A Resolução 020/2024-CEP aprovou as normas que regem um edital específico de ingresso à graduação garantindo o acesso facilitado a vagas remanescentes para refugiados e migrantes. A UEM viabiliza o ingresso ao ensino superior como estudante regular ao portador de estado de refugiado ou migrante em situação de vulnerabilidade, nos cursos de Graduação, por meio das vagas remanescentes. O estudante admitido por esse processo tem os mesmos direitos e deveres dos demais estudantes matriculados na instituição. Além disso, se o migrante comprovar que iniciou um curso em seu país ou mesmo no Brasil, o programa de estudos pode ser ajustado. A Universidade organiza as atividades da seguinte forma:
Parágrafo único: A matrícula no curso inclui automaticamente a participação em um curso de português para estrangeiros.
A resolução também assegura um programa de inclusão e adaptação ao ambiente universitário, com o apoio de um professor orientador e um grupo de estudantes instrutores, desde o momento da matrícula.
A Resolução 208 de 10 de agosto de 2023, autoriza a isenção de taxas de revalidação de diploma de graduação para pessoas em condição de refúgio, possibilitando seu ingresso na pós-graduação.
A tutoria do estudante internacional é realizada por estudantes brasileiros, preferencialmente com experiência internacional como atividade acadêmica complementar, facilitando a integração do estrangeiro à vida no campus e na cidade, facilitando o intercâmbio de experiências culturais, sociais e acadêmicas.
A partir de 2024, a UEM tornou-se um dos postos aplicadores do exame do Certificado de Proficiência em Língua Portuguesa para Estrangeiros (CELPE-BRAS), que é exigido pelas universidades para ingresso em cursos de graduação e em programas de pós-graduação.
O acolhimento aos estudantes é prestado por um grupo formado por docentes e discentes dos cursos de Psicologia, Enfermagem e Administração, de modo a conhecer suas demandas, angústias e dificuldades.
Um Guia do Estudante Internacional, no formato de PDF clicável para download em celulares, apresenta informações básicas, serviços e endereços relacionados à saúde e segurança pública, documentação, finanças, cultura etc.
Foi idealizado por um Estudante Internacional a partir de suas dúvidas sobre a vida na universidade e na cidade, atualmente é disponibilizado em Português, Inglês, Espanhol, Francês e Crioulo Haitiano.
Feito com vistas a melhorar a comunicação entre a equipe de saúde e as mães de diferentes nacionalidades que realizam seus partos no Hospital Universitário e, assim, amenizar o problema de internação destes bebês por falta de cuidados apropriados; O Manual do Recém-Nascido foi escrito em português, e traduzido para o inglês, espanhol, francês e crioulo haitiano.
A Resolução 021 de 30 de julho de 2018 institui a política da Universidade Estadual de Maringá para o Refugiado e Migrante em Situação de Vulnerabilidade e a Resolução 022 aprovou o regulamento e a criação do Comitê Gestor da Universidade Estadual de Maringá para o Refugiado e Migrante, com o objetivo de executar e avaliar a Política da Universidade Estadual de Maringá para o Refugiado e Migrante em Situação de Vulnerabilidade.
A Resolução 013 de 31 de maio de 2021 institui a Política de Direitos Humanos, Promoção e Proteção de Grupos Vulneráveis e Garantia das Liberdades Individuais da Universidade Estadual de Maringá, assim como cria o Conselho de Direitos Humanos, Promoção e Proteção de Grupos Vulneráveis e Garantia das Liberdades Individuais, garantindo um representante do Comitê gestor para Políticas ligadas aos Refugiados e Migrantes.
Por meio de iniciativas de Intercâmbio Virtual (IV) e Collaborative Online International Learning (COIL) a UEM busca, entre outras coisas, cultivar a mentalidade de uma cidadania global e competências globais a partir da multiculturalidade.
As migrações - sejam internacionais ou não - são temáticas em evidência a nível global nos últimos tempos. Sejam os motivadores as relações político-econômicas, e, por vezes, as disputas territoriais que veementemente se configuram como ameaças às vidas humanas ou qualquer outro motivador, o ato de migrar é um fenômeno (não recente) que se acentua a cada dia. Sabe-se que na busca por sobrevivência a atividade laboral é condição essencial para se manter ou não em determinada localidade. No Brasil, no ano de 2022 chegaram mais de 700 mil venezuelanos conforme informações do Ministério da Justiça e Segurança Pública, sem mencionarmos outras nacionalidades. Nesse contexto, nosso problema de pesquisa encontra-se situado na questão: ao considerarmos a Operação Acolhida - ação do Governo Federal no contexto migratório - como as pessoas são acolhidas, inseridas e acompanhadas no contexto social, mais especificamente o laboral? Assim, nosso objetivo é investigar o fenômeno das migrações internacionais contemporâneas no Brasil, com enfoque especial ao contexto do trabalho.
O objetivo deste estudo é avaliar aspectos que influenciam sobre o funcionamento familiar em indivíduos migrantes/refugiados. Também, por meio do projeto será possível analisar os aspectos que influenciam o funcionamento familiar em indivíduos migrantes/refugiados, pois, frente aos diversos e múltiplos enfrentamentos pelos quais as pessoas e suas famílias precisam vivenciar no cotidiano do processo de migração e ou refúgio, é importante buscar conhecer o modo como tais experiências foram percebidas por eles.
Assim, podendo auxiliar na construção de conhecimento que subsidiem a elaboração de políticas públicas e sociais que auxiliem no restabelecimento dos sistemas familiares, melhorando a atenção à saúde e a capacidade de adaptação às mudanças e diminuir os riscos biopsicossociais de indivíduos e famílias migrantes ou refugiadas.
O projeto envolve ações que possam promover a inserção dos migrantes da Região Metropolitana de Maringá. Essas ações estão agrupadas em alguns eixos de intervenção, no campo da educação, saúde, família e desenvolvimento social, trabalho, justiça, cidadania, direitos humanos e cultura. As ações se iniciam organizando um diagnóstico que identificam as demandas dos migrantes em situação de vulnerabilidade. Posteriormente, seguem em ações como curso de língua portuguesa, nas equivalências de diplomas em diferentes níveis do ensino, nos direitos trabalhistas, em palestras de acolhimento no campo da saúde, dos direitos e da cidadania, consultorias, construção de manuais informativos, em parceria no atendimento de instituição de acolhimento não governamental, como a Cáritas Maringá e no diálogo com poder público nas políticas públicas de acolhimento. Desde 2010, a metrópole tem recebido migrantes haitianos, senegaleses, ganeses, e de outros países africanos e asiáticos.
O auxílio alimentação é concedido a estudantes com renda familiar de até um salário-mínimo e meio por pessoa, com o objetivo de atender suas necessidades de alimentação básica, contribuindo assim para sua permanência e conclusão do curso. Essa medida é especialmente importante considerando as condições socioeconômicas de muitos desses estudantes, que vêm de famílias com recursos financeiros limitados.
Para estudantes refugiados e migrantes, a garantia de duas refeições diárias é assegurada, sem a necessidade de participação em edital específico. Essa iniciativa é fundamental para proporcionar igualdade de oportunidades e apoiar a continuidade dos estudos, permitindo que todos os estudantes independentemente de sua origem ou condição financeira, possam focar em seu desempenho acadêmico.
O estágio curricular do curso de Psicologia tem como objetivo orientar migrantes e refugiados nas atividades laborais, e está dividido em quatro momentos:
Objetivo: em parceria com o Grupo de Cooperação Internacional de Universidades Brasileiras (GCUB) e embaixada da Palestina, oferecer vagas para acesso de cidadãos palestinos a cursos de graduação, mestrado e doutorado.
Objetivo: ampliar o número de acolhimentos a cientistas ucranianos (Chamada Pública 10/2022) na UEM.
Objetivo: aumentar o alcance e a qualidade dos cursos de português para refugiados e migrantes.
Objetivo: Garantir acesso facilitado às vagas remanescentes para refugiados e migrantes, reduzindo a documentação a ser apresentada na matrícula e ampliar as ações de entrada para mais ações de permanência dos estudantes.
Objetivo: Facilitar o ingresso de refugiados em programas de pós-graduação.
Objetivo: Facilitar a integração dos estudantes internacionais à vida no campus.
Objetivo: Ampliar a certificação de proficiência em português para migrantes e refugiados
Objetivo: Atender às demandas e necessidades dos estudantes internacionais.
Objetivo: Implementar e avaliar a política da universidade para refugiados e migrantes.
Objetivo: Garantir a defesa dos direitos dos refugiados e migrantes.
Objetivo: Cultivar a cidadania global e competências globais.
Objetivo: Incentivar novos projetos que tratem do fenômeno do refúgio e migração
Objetivo: Manutenção da oferta de alimentação aos estudantes refugiados e migrantes, oferecendo três refeições ao dia.
Objetivo: Promoção da integração das trabalhadoras migrantes no mercado de trabalho brasileiro
Objetivo: Informar, sensibilizar e prepara teoricamente os alunos e alunas do curso para atuação na temática das migrações.
Este plano de ações visa garantir a continuidade e a ampliação dos serviços prestados aos refugiados, promovendo sua integração e bem-estar na sociedade.